Está na Constituição Pastoral Gaudium
et Spes a tratar das relações Igreja-Mundo, como enfatizadas pelo Concílio
Ecumênico Vaticano II, essa definição de família:
“A família – na qual se congregam as diferentes gerações que
reciprocamente se ajudam a alcançar uma sabedoria mais plena e a conciliar os
direitos pessoais com as outras exigências da vida social – constitui assim o
fundamento da sociedade”. (GS nº 52 - §2º - edições paulinas – 8ª edição – pg.
73).
Definição que a tenho
por primorosa.
Apresenta a família como
lugar de encontro intergeracional: bisavó-bisavô; avó-avô; mãe-pai;
filha-filho; neta-neto; bisneta-bisneto. Encontro intergeracional caracterizado
por ajuda mútua em aprendizado de vida.
Sim, se é certo que a
experiência se aprimora no decurso do tempo, todavia cada geração, pela
peculiaridade que necessariamente apresenta, ainda que se esteja em tenra
idade, mas desde que possa exprimir seus sentimentos em gestos ou em palavras,
contribui à formação do conjunto de relações.
Somos seres relacionais.
Não somos vocacionados à
solidão, mas à comunhão.
A Trindade Santa é a
expressão evidente de que o Deus-Amor é comunhão, jamais solidão.
A sabedoria é alcançada,
plenamente, no encontro que nos propicia o saber ouvir e o saber falar, enfim o
saber dialogar.
Em tempos obscuros, como
o que estamos a presenciar, as vozes são vozes solitárias, isoladas,
arrogantes, grosseiras, vulgares.
A mulher e o homem
sábios vocacionam-se ao encontro.
A sabedoria concilia.
Conciliar é fruto do
encontro e do diálogo.
Conciliar impede a
exaltação do ego. Domestica o egocentrismo, marca forte dos dias de hoje,
centrado no incessante fazer e fazer o que eu quero; quando eu quero; como eu
quero e com quem eu quero.
Conciliar abre-nos ao
outro, “às outras exigências da vida social”.
Assim, o eu se encontra
com o nós. O outro é o meu “outro eu”. Com ele me envolvo, concretamente.
Fazemos parte um do outro. Não nos dissociamos. Atingimos patamar mais amplo na
dimensão familiar por ir além dos laços de sangue e de afinidade. Atingimos a família
comunitária. Alcançamos a inteira família humana e, então, nossa visão de
mundo, em compreensão necessariamente alargada, transcende fronteiras,
ultrapassa nacionalismos histéricos, experimentamos as primícias do totus tuus no aconchego de nossa Mãe
Maria, ou seja, a humanidade integralmente reconciliada com o Deus-Amor.
Sonhador?
Sim porque o sonho é o
alimento da vida.
Sonhei casar; sonhei
casar com Ângela; sonhei constituir família.
Com Ângela casei-me e a
família aconteceu.
Percalços, angústias,
dores, perdas sobrevieram?
Sim.
Tudo, porém, superado
porque como ensina São Paulo a partir da Carta aos Coríntios:
“O amor jamais passará”.
Celebramos, Ângela e eu
e a família nossos 50 anos de vida conjugal.
O que dizer?
Louvado seja Deus.
Paz e Bem.
Um comentário:
Prezado Claudio! Hoje, morando em Juiz de Fora, eu minha esposa, guardamos boas recordações da capital e agradecemos a Deus pela oportunidade de ter conhecido pessoas e principalmente casais que, por diferentes razões, contribuíram para enriquecer nossos vinte anos em Brasília.
Te conheci em 2001, quando você foi ministrar uma palestra em um Curso de formação de lideranças, coordenado por D. Damasceno e o Pe Aleixo. Mais tarde fomos nos encontrar em atividades da Paróquia Nossa Senhora do Lago e convivendo mais de perto, algumas coincidências e afinidades me chamaram atenção: nossas esposas têm o mesmo nome, nascemos no mesmo mês e ano, crescemos como torcedores do mesmo Vasco. Além disso, somos:
Sonhadores?
Sim porque o sonho é o alimento da vida.
Sonhamos em casar; sonhamos em casar com uma Ângela; sonhamos em constituir família.
Com Ângelas nos casamos e as famílias aconteceram.
Percalços, angústias, dores, perdas sobrevieram?
Sim.
Tudo, porém, superado porque como ensina São Paulo a partir da Carta aos Coríntios:
“O amor jamais passará”.
Parabéns para você e Ângela pelas Bodas de Ouro. Que Deus os ilumine, prolongue e enriqueça a união de vocês.
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