terça-feira, 17 de junho de 2014

EXPERIÊNCIA ASSIS

                                    

Ângela e eu, com mais trinta e seis irmãs e irmãos franciscanos, leigos e religiosos, percorrendo por cinco ( 5 ) semanas caminhos percorridos por Clara e Francisco de Assis, nos vales da Úmbria e da Toscana, na Itália.
O percurso não é turístico. Tão pouco se identifica com as denominadas peregrinações religiosas, quando tudo se faz célere e com pouco adensamento espiritual.
A natureza não é só para ser admirada em exclamações, se bem que isso é perfeitamente cabível, mas a natureza é a criação de Deus que, por suas cores, luzes e desenhos me é pelo Criador ofertada para que nela O escute, e o meu espírito assim se abra a me conduzir ao mergulho em mim mesmo, então ao conhecimento de mim mesmo e possa, efetivamente, viver o refrão de canção tão bela e plena de significado – “Irmão Sol, Irmã Lua” -, quando entôo: “sou uma parte de uma imensa vida, que generosa reluz em torno a mim”.
Sim, não me basto a mim próprio: sou uma “parte”, uma “porciúncula” (= porçãozinha), necessitado de viver com, de conviver, embora o mundo, insistentemente, me seduza à crença do bastar-me a mim mesmo na ilusão da auto-suficiência propiciada pela parafernália tecnicológica que, em verdade, muito mais me isola do que me aproxima dos outros.
“A imensa vida” diz-me que hei de ser em abundância porque, só assim, saio do meu ego enclausurado e, sem medo, oferto-me, para dar e receber, na experiência da fraternidade.
Eis a “generosidade”, que é a entrega do que se é, com defeitos e acertos, justamente para que, no desnudar-se de minhas amarras, traduzidas em vícios, medos, obsessões, pouco a pouco eu vá ao encontro, saia de mim, integre-me, assim, na luminosidade Daquele que de Si, apresentou-se a Si mesmo como: “o Caminho, a Verdade e a Vida”.
Pelos vales da Úmbria e da Toscana, caminhei muito: ora comigo mesmo, ora com Ângela, ora com o grupo, e assim orei, também.
O sentimento – não a sensação, alimento do mundo, que é tão provisória e, por isso, logo desaparece – o sentimento de trilhar com Clara e Francisco de Assis é atemporal, não desaparece. Por isso, escrevo estas linhas. O sentimento é fonte inesgotável, que jorra.
Vejam caras leitoras e leitores, que a canção “Irmão Sol, Irmã Lua”, a que antes me referi, é iniciada por estrofes imediatamente anteriores àquela que transcrevi, assim: “doce é sentir em meu coração, humildemente vai nascendo o amor, doce é saber não estou sozinho”.
Aí está: o sentimento é doce e, repito, fonte inesgotável que jorra, quando faz do coração a sua morada.
Muito, mas muito mais, poderia eu partilhar com vocês sobre a “Experiência Assis” – esse foi o nome dado ao percurso feito -, importa, contudo, que se vá, passo a passo, humildemente, como ensina S. Francisco, que ensina também: “faça poucas coisas, mas faça-as bem”.
  

   

4 comentários:

André disse...

Obrigado, Claudio, por contar um pouco de sua experiência. Deve ter sido realmente demais!!! Eu fico só imaginando...
Quando puder, conte mais...

Anônimo disse...

Caro Professor,

Faço coro ao André... Conte como foi o percurso... E a Porciuncula? Fez o perdão de Assis?
Pace e bene.
Márcio

Anônimo disse...

Claudio,

Seria interesse que explicasse como foi a sensação de passar por lugares tão estimados pela FFB.

Pedro Jorge

Anônimo disse...

Claudio,

Boa tarde. Conte como foi esta viagem... abraços .Marta