terça-feira, 1 de maio de 2018


                                             EMANUEL

Há vídeo recente, mostrando o Papa Francisco em encontro com crianças em uma paróquia de Roma. Uma das crianças, chorando, não consegue apresentar sua pergunta.
Que faz o Papa Francisco?
Chama-a, delicada e seguidamente, dizendo: “Emanuel venha para mim”.
Não se desinteressa pelo menino; não o exclui. Chama-o para si, acolhendo-o, e o abraça, ambos conversando ao pé do ouvido.
E que faz, depois, Francisco, quando a criança retorna a seu lugar?
Para o público diz que pediu permissão a Emanuel para a todos dizer da pergunta, que as lágrimas de Emanuel represavam.
O Papa pede permissão a uma criança para veicular o que seu coração juvenil embargava. Que atitude tão concreta de respeito, que gesto tão real e significativo de compromisso com a dignidade da vida humana, não importa se ainda tão juvenil.
Permissão dada, eis a pergunta de Emanuel: queria saber se seu papai, que falecera recentemente, estava no céu porque era ateu.
Francisco expõe: sim, o papai era ateu, mas, e a despeito de sua opção, batizara seus quatro ( 4 ) filhos. Prosseguiu dizendo que para o fiel católico fácil é batizar seus filhos, mas não para aquele que não crê. E, dirigindo-se ao público presente, indagou: Deus seria capaz de manter longe de Si, um papai assim?
Em uníssono o público diz: não.
Francisco, dirigindo-se a Emanuel, disse: “eis a resposta”, porque Deus também é Papai; tem o coração de Papai e, por isso, está orgulhoso de seu papai: um homem bom.
Concluiu Francisco: “fala com teu papai; reza por teu papai”.
Quanta simplicidade e, portanto, quanta sabedoria nesse homem, o Papa Francisco, para nós, mulheres e homens, crentes e não crentes, nessa época de mudanças que, por tal razão, nos torna inseguros por decepção, por revolta, por tristeza.
O caminho, nos aponta Francisco, é nos desfazermos dos preconceitos de todos os matizes, para acolher quem está fragilizado. Conviver nas diferenças, chamando com delicadeza, pondo-se à escuta, posicionando-se, concreta e objetivamente, sem proselitismos, sem parti-pris: simplesmente, revelando-se como se é: seres vocacionados ao amor.
Outro traço tão expressivo nesse episódio. O Papa Francisco não faz de si o único a decidir; não se apresenta como a voz solitária e infalível a determinar a resposta a ser dada.
Não!
O Papa Francisco convida a assembléia de fiéis para assumir a resposta e, resposta dada, a ela adere.
Assim é o verdadeiro pastor, o verdadeiro líder. Apresenta o quadro como traçado por quem busca o caminho; apresenta-o à comunidade, questionando-a; e acompanha a resposta dada. É, portanto, fiel na narrativa; questiona, apropriadamente, o que deve ser questionado; e faz-se seguidor da resposta comunitária.
Episódio verdadeiramente marcante para meu viver porque há de ser meu guia pelas tantas estradas da vida, que percorro.
A propósito: Emanuel, o nome do menino, significa: “Deus conosco”.

                                            Paz e Bem.
   
  

3 comentários:

Anônimo disse...

Este verdadeiro pastor e líder será sempre nosso porto seguro .Rezemos para que ele permaneça entre nós por muito tempo.Lembremos de seus exemplos sempre.

Maria Auxiliadôra disse...

Que exemplo! O Papa Francisco é realmente muito iluminado e você, meu amigo e sempre professor de Doutrina Social da Igreja, externou com propriedade esse maravilhoso momento de evangelização. Grande abraço, Maria Auxiliadôra

Marcelo Oliveira disse...

Obrigado, querido amigo por compartilhar essa história linda de Francisco conosco.