“Se eu pudesse, à noite, no caminho das pessoas desanimadas,
pessimistas, amargas, revoltadas contra tudo e contra todos, arranjaria rodas
de criança brincando e cantando...”.
Assim escreveu Dom Helder
Câmara no livro: “Um olhar sobre a cidade”.
Brincar é simplesmente
sair dos esquemas preordenados, sair dos sistemas enclausurados, sair e
deixar-se surpreender pelo que não está previsto e posto, tornando a vida a
arte de criar o inconcebível. Cantar é simplesmente expandir-se, ir além do
discurso rotineiro, insípido, monótono, tornando a vida a arte de criar o
inimaginável.
“Se eu pudesse, na hora mais dura do enterro, quando o caixão
é colocado terra adentro, eu faria com que voasse sobre a cabeça dos presentes
um bando de passarinhos, lembrando a Ressureição”. (ainda Dom Helder).
Lembrar
a Ressureição é por de lado o desmesurado
poder; o desmesurado prazer, o desmesurado possuir e simplesmente
assumir-se como a finita criatura, que não se basta a si mesma, mas necessita,
para viver, conviver no abrir-se aos demais e ser continuamente fraterno; no
inserir-se ecologicamente e ser atentamente cuidadoso; no elevar-se a Deus e
ser humildemente eterno.
“Se eu pudesse na caminhada de quem
enfrentasse estradas sem fim, sem luz, sem companhia, faria surgir vaga-lumes
alumiando o caminho...” (prossegue Dom Helder).
Alumiar
o caminho é discernir, é buscar, incessante e conscientemente, jamais ao sabor
da mera informação rápida, interesseira, volúvel, destrutiva, é, então, buscar
o que é essencial, que se encontra na leitura enriquecedora, no diálogo franco
e fundamentado, enfim: alumiar é educar.
“Se eu pudesse, daria ao arco-íris a
força mágica de desfazer ódios, intrigas, divisões, de modo que ele valesse, de
fato, como sinal de entendimento, de amizade e de paz...” (encerra Dom Helder).
O
arco-íris é, justamente, arco porque abarca tudo, desde seu ponto de partida a
seu ponto de chegada sem qualquer tipo de exclusão; é íris porque traz as cores
do espectro solar em perfeita harmonia e no seu movimento de ascender e
descender encerra a comunhão plena do homem, que ascende para o Deus, que
descende ao homem.
A
expressão mais nítida do Deus-Amor no desejo Seu dessa total comunhão vamos,
todas e todos, celebrar no dia 25 de dezembro:
Feliz Natal!
Obrigada,Cláudio, por compartilhar tão bonitas reflexões.
ResponderExcluirFeliz Natal para toda a família.
Caro amigo,
ResponderExcluirCom os netos tenho aprendido a "desorganizar" as amarras a que fui submetido no dia a dia do meu passado!
E tenho crescido...
Feliz Natal.
Dr.Claudio. Obrigado por mais esta oportunidade de aprendizado
ResponderExcluir, reflexão e convivencia durante o ano.
Forte abraço. Obrigado.