Plena de ensinamentos é a Mensagem do
Papa Francisco para 54º Dia Mundial das
Comunicações Sociais.
Vou me permitir abordá-la,
destacadamente, valendo-me da sua apresentação e dos cinco ( 5 ) tópicos em que
ela se consubstancia.
Hoje, portanto, aprecio sua
apresentação.
Assim se põe a apresentação do Papa
Francisco nessa Mensagem:
“Desejo dedicar a Mensagem deste ano ao tema da narração,
pois, para não nos perdermos, penso que precisamos respirar a verdade das
histórias boas: histórias que edifiquem, e não as que destruam, histórias que
ajudem a reencontrar as raízes e a força para prosseguirmos juntos. Na confusão
das vozes e mensagens que nos rodeiam, temos necessidade duma narração humana,
que nos fale de nós mesmos e da beleza que nos habita; uma narração que saiba
olhar o mundo e os acontecimentos com ternura, conte a nossa participação num
tecido vivo, revele o entrançado dos fios pelos quais estamos ligados uns aos
outros”,
Sim, “a verdade das
histórias”.
E “a verdade das
histórias” vamos reconhecer nos nossos atos cotidianos, “que edifiquem”.
Tudo o que edifica torna-se perene,
mas o mundo, hoje, rejeita tudo quanto eterniza, por isso rejeita Deus.
Recordo-me, a propósito, de palavras
tão sábias, postas na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, que expressa o
significado do Concílio Vaticano II sobre a relação Igreja-Mundo, assim
transcritas no Compêndio da Doutrina Social da Igreja:
“Porém, se pelas palavras autonomia das realidades
temporais se entende que as coisas criadas não dependem de Deus, e o homem
as pode usar sem referência ao Criador, todo aquele que admite Deus percebe o
quanto sejam falsas tais máximas. Na verdade, sem o Criador, a criatura
esvai-se”. (CDSI nº 46 – pg. 38, grifos do original).
A verdade é o contínuo “reencontro com nossas raízes”.
Sim, somos seres em dinamismo, em continuação.
A construção da história
de cada qual, por óbvio, não se perfaz na inércia, na passividade, na omissão.
Dia após dia, nos
movemos e, assim, necessitamos adentrar em nós mesmos para conhecermos as
nossas raízes e, conhecendo as nossas raízes, fazer brotar em nós a verdade.
Conhecendo nossas
raízes, conhecendo a nós mesmos, é certo que “a confusão das vozes e
mensagens que nos rodeiam” não nos abafam, não nos tornam caniços ao vento,
indo de um lado para o outro, manipulados, marionetes encantadas pelo barulho
alucinante.
Conhecendo a nós mesmos,
neste mergulho podemos bem descobrir “a beleza que nos habita” porque
filhos somos do Deus-Amor e, assim, vocacionados somos ao amor.
Eis porque há de
acontecer, então, “a narração que saiba olhar o mundo e os acontecimentos
com ternura”.
Somos seres relacionais
como a necessária decorrência de nossa vocação ao amor.
Mais uma vez o ensinamento
do Compêndio da Doutrina Social da Igreja:
“34. A revelação em Cristo do mistério de Deus como Amor
trinitário é também a revelação da vocação da pessoa humana ao amor. Tal
revelação ilumina a dignidade e a liberdade pessoal do homem e da mulher, bem
como a intrínseca sociabilidade humana em toda a profundidade. Ser pessoa à
imagem e semelhança de Deus comporta...um existir em relação, em referência ao
outro eu, porque Deus mesmo, uno e trino, é comunhão do Pai, do Filho e do
Espírito Santo”. (CDSI nº 34 – pg.33, grifos do original).
O outro não está fora de mim.
O outro é meu “outro
eu”, por isso que com ele me envolvo, não passo ao largo, ou fora de sua
existência. Detenho-me; contemplo-o; acolho-o; ajudo-o.
Forma-se, portanto, “a
participação num tecido vivo” da existência, que não é isolada, conflitada,
segregada, mas que “revela o entrançado dos fios pelos quais estamos ligados
uns aos outros”.
A pandemia, que nos
assola, propicia esta reflexão, posta em questionamento: seremos capazes de
narrar – construtores que sempre somos – “histórias boas, que edifiquem, e
não destruam; histórias que nos ajudam a reencontrar as raízes e a força para
prosseguirmos juntos?
Prezado Dr. Claudio Fonteles.
ResponderExcluirA reflexão que o senhor oferece é necessária e oportuna.
Sinto que ela precisa chegar aos jovens.
A maioria deles parece abandonada.
Começarei compartilhando com meus dois filhos, um estudante do Curso de Direito. Outra em preparação para o curso de Medicina.
Muito obrigado.
Professor Luiz Silva: muito agradecido por suas palavras. Efetivamente, nossa juventude necessita aprofundar-se no conhecimento para obter sólida formação humanista e não render-se ao comodismo da informação apressada e superficial.Claudio Fonteles.
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