Ângela e eu, com mais trinta e seis
irmãs e irmãos franciscanos, leigos e religiosos, percorrendo por cinco ( 5 )
semanas caminhos percorridos por Clara e Francisco de Assis, nos vales da
Úmbria e da Toscana, na Itália.
O percurso não é turístico. Tão pouco
se identifica com as denominadas peregrinações religiosas, quando tudo se faz
célere e com pouco adensamento espiritual.
A natureza não é só para ser admirada
em exclamações, se bem que isso é perfeitamente cabível, mas a natureza é a
criação de Deus que, por suas cores, luzes e desenhos me é pelo Criador
ofertada para que nela O escute, e o meu espírito assim se abra a me conduzir
ao mergulho em mim mesmo, então ao conhecimento de mim mesmo e possa,
efetivamente, viver o refrão de canção tão bela e plena de significado – “Irmão
Sol, Irmã Lua” -, quando entôo: “sou uma
parte de uma imensa vida, que generosa reluz em torno a mim”.
Sim, não me basto a mim próprio: sou
uma “parte”, uma “porciúncula” (= porçãozinha),
necessitado de viver com, de conviver, embora o mundo, insistentemente, me
seduza à crença do bastar-me a mim mesmo na ilusão da auto-suficiência
propiciada pela parafernália tecnicológica que, em verdade, muito mais me isola
do que me aproxima dos outros.
“A imensa vida”
diz-me que hei de ser em abundância porque, só assim, saio do meu ego
enclausurado e, sem medo, oferto-me, para dar e receber, na experiência da
fraternidade.
Eis a “generosidade”, que é a entrega do que se é, com defeitos e
acertos, justamente para que, no desnudar-se de minhas amarras, traduzidas em
vícios, medos, obsessões, pouco a pouco eu vá ao encontro, saia de mim,
integre-me, assim, na luminosidade Daquele que de Si, apresentou-se a Si mesmo
como: “o Caminho, a Verdade e a Vida”.
Pelos vales da Úmbria e da Toscana,
caminhei muito: ora comigo mesmo, ora com Ângela, ora com o grupo, e assim
orei, também.
O sentimento – não a sensação,
alimento do mundo, que é tão provisória e, por isso, logo desaparece – o
sentimento de trilhar com Clara e Francisco de Assis é atemporal, não
desaparece. Por isso, escrevo estas linhas. O sentimento é fonte inesgotável,
que jorra.
Vejam caras leitoras e leitores, que
a canção “Irmão Sol, Irmã Lua”, a que antes me referi, é iniciada por estrofes
imediatamente anteriores àquela que transcrevi, assim: “doce é sentir em meu coração, humildemente vai nascendo o amor, doce é
saber não estou sozinho”.
Aí está: o sentimento é doce e, repito, fonte inesgotável que
jorra, quando faz do coração a sua morada.
Muito, mas muito mais, poderia eu
partilhar com vocês sobre a “Experiência Assis” – esse foi o nome dado ao
percurso feito -, importa, contudo, que se vá, passo a passo, humildemente, como ensina S. Francisco,
que ensina também: “faça poucas coisas, mas faça-as bem”.
Obrigado, Claudio, por contar um pouco de sua experiência. Deve ter sido realmente demais!!! Eu fico só imaginando...
ResponderExcluirQuando puder, conte mais...
Caro Professor,
ResponderExcluirFaço coro ao André... Conte como foi o percurso... E a Porciuncula? Fez o perdão de Assis?
Pace e bene.
Márcio
Claudio,
ResponderExcluirSeria interesse que explicasse como foi a sensação de passar por lugares tão estimados pela FFB.
Pedro Jorge
Claudio,
ResponderExcluirBoa tarde. Conte como foi esta viagem... abraços .Marta