Eu, como
tantas e tantos, mulheres e homens das mais variadas gerações, experimentamos
alegria, entusiasmo, sentimentos necessários a quem permanece no caminho, pela
eleição do papa Francisco.
Certo é que a mídia, nacional e
internacional, privilegiando o visual, compraz-se em fotografar e filmar
atitudes, sem dúvida válidas, do Papa Francisco, pondo em relevo sua simpatia e
simplicidade.
Considero, contudo, que é nosso dever
conhecermos mais adequada, e profundamente, o Papa Francisco.
Importa, para isso, que leiamos e
meditemos sobre suas alocuções.
Detenho-me, então, no que nosso Papa
disse em sua primeira Audiência Geral, na Praça de São Pedro, na véspera das
celebrações dos dias santos, na quarta-feira passada, dia 27.
“Viver a Semana Santa seguindo Jesus, quer dizer aprender a sair de nós mesmos para ir ao
encontro dos outros, para ir para as periferias da existência, movermo-nos
para os nossos irmãos e as nossas irmãs, sobretudo aqueles mais distantes,
aqueles que são esquecidos, aqueles que têm mais necessidade de compreensão, de
consolação, de ajuda. Há tanta necessidade de levar a presença viva de Jesus
misericordioso e rico de amor”
Sim, necessitamos nos
mover e abraçar os que estão “nas
periferias da existência”.
Os que ali estão – nas periferias da existência – porque,
marcados por dores profundas, refugiam-se
no ceticismo ou no cinismo; na
dilaceração da própria identidade, conduzindo-se, sob os mais variados
matizes, produzidos ao sabor das conveniências do momento, à ilusão de travestir o efêmero em definitivo.
“Compreensão,
consolação, ajuda” indica-nos o Papa Francisco.
Compreender para que não nos afastemos dessas
irmãs e desses irmãos; consolar para
que delas e deles sejamos os próximos; ajudar
para que com elas e com eles partilhemos nossas vidas. Eis, para mim, a
comunhão fraterna.
A comunhão eucarística se expressa na comunhão fraterna.
“Viver a Semana Santa é entrar sempre
mais na lógica de Deus, na
lógica da Cruz, que não é, antes de tudo, aquela da dor e da morte, mas aquela
da doação de si, que traz a vida. É entrar na lógica do Evangelho. Seguir,
acompanhar Cristo, permanecer com Ele
exige um “sair”. Sair de si mesmo, de um modo cansado e rotineiro de viver a
fé, da tentação de fechar-se nos próprios padrões, que terminam por fechar
o horizonte da ação criativa de Deus.”
Tem plena razão o Papa Francisco no que acaba de nos dizer.
O êxodo, que não é fuga, mas encontro, porque saio de mim para o meu “outro eu”, que é o meu próximo ou, a
melhor dizer, de quem eu me aproximei, de quem eu me tornei irmão, porque não
está mais fora de mim, longe de mim, mas é, verdadeiramente, meu “outro eu”.
Jesus, olhando as
multidões, não as manipulava com
teatralidades, cenas de efeito ou arroubos demagógicos.
Costumeiramente, sentava-se – o que quer dizer: parava
para, centrado nas pessoas, considerando-as em primazia, ensinava-as -;
costumeiramente, caminhava – o que
quer dizer: punha-se em missão, evitando a repetição insossa das fórmulas, das
regras e dos ritos -.
Sentar e caminhar. Acolher e continuar.
Continue Papa Francisco,
continuemos todos.
Paz e Bem.
A lucidez de sempre... um bálsamo!
ResponderExcluirExcelente!
ResponderExcluirInspirador! Obrigado.
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